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Cannabis

A cannabis, uma planta com milhares de anos de história, tem sido objeto de crescente interesse científico nas últimas décadas. Com a descoberta e isolamento dos canabinóides mais importantes, como o CBD e o THC, os pesquisadores têm desvendado o potencial terapêutico dessa planta ancestral. Neste artigo, exploraremos como a cannabis, impulsionada pelo sistema endocanabinóide, tem se revelado uma farmácia natural para o tratamento de diversas doenças e condições.

O Sistema Endocanabinóide:

O sistema endocanabinóide é um complexo sistema de receptores que o corpo humano e animais possuem. Ele desempenha um papel fundamental na regulação de vários processos fisiológicos, como o humor, a dor, a inflamação e o sistema imunológico. Os canabinóides encontrados na cannabis atuam como moléculas sinalizadoras que interagem com os receptores canabinóides CB1 e CB2 presentes nas células do corpo.

O sistema endocanabinóide é composto por três elementos principais:

Endocanabinóides: São os canabinóides produzidos naturalmente pelo corpo humano. Os dois principais endocanabinóides são o anandamida e o 2-araquidonilglicerol (2-AG). Eles são sintetizados conforme necessário e atuam como reguladores da atividade neuronal.

Receptores canabinóides: Os receptores canabinóides CB1 e CB2 estão presentes em todo o corpo, principalmente no sistema nervoso central, no sistema imunológico e em órgãos periféricos. Os receptores CB1 são mais abundantes no cérebro, enquanto os receptores CB2 são encontrados principalmente no sistema imunológico.

Enzimas metabólicas: As enzimas responsáveis pela síntese e degradação dos endocanabinóides são a FAAH (enzima degrada a anandamida) e a MAGL (enzima degrada o 2-AG). Essas enzimas garantem que os endocanabinóides sejam produzidos e eliminados no momento apropriado.

CBD e THC: Propriedades e Diferenças:

O CBD (canabidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol) são os canabinóides mais conhecidos e estudados na cannabis. Enquanto o CBD possui propriedades terapêuticas sem causar efeitos psicoativos significativos, o THC é responsável pelos efeitos psicoativos da planta. É importante ressaltar que quando é necessário utilizar altas doses de THC em tratamentos médicos, para mitigar os efeitos psicoativos do THC os médicos indicam doses 30 vezes maiores de CBD. Nesta composição: 30CBD:1THC, os efeitos psicoativos do THC são diminuídos, porém seus efeitos terapêuticos continuam fazendo efeito. Isto se dá pois além de ambos canabinóides concorrerem para se ligar aos receptores tipo CB1 e CB2 – portanto o CBD em maior quantidade concorre com o THC para ocupar o lugar nos receptores tipo CB1, o CBD tem a propriedade de neutralizar os efeitos ansiolíticos provocados pelo THC.

Potencial Terapêutico da Cannabis:

A cannabis contém centenas de compostos, incluindo terpenos, flavonoides e uma ampla gama de canabinóides. O potencial terapêutico da cannabis abrange uma variedade de doenças e condições, embora mais pesquisas sejam necessárias para validar completamente seus benefícios. Alguns estudos já indicaram resultados promissores em áreas como:

Dor crônica: O THC atua na modulação e alívio da dor, interagindo com o receptor CB1, que bloqueia a sensação de dor. O CBD também tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.

Epilepsia: Estudos têm demonstrado que o CBD e o THC podem reduzir a frequência e a gravidade das crises epilépticas em certos tipos de epilepsia refratária.

Transtornos de humor: Um estudo publicado em 2018 no Journal of Affective Disorders examinou o uso de cannabis para tratar ansiedade e depressão em pacientes com transtornos de humor. Os resultados sugeriram que a cannabis pode ser eficaz para reduzir os sintomas de ansiedade e de depressão. Outro estudo, publicado em 2020 no Journal of Clinical Psychology, avaliou o uso de cannabis medicinal para tratar a ansiedade em adultos, indicando reduções significativas na ansiedade e no estresse.

Náusea e vômitos: Pacientes submetidos a tratamentos de quimioterapia podem se beneficiar do uso de cannabis para aliviar os sintomas de náusea e vômitos associados ao tratamento.

Distúrbios do sono: Algumas variedades de cannabis ricas em CBD têm demonstrado potencial para melhorar a qualidade do sono e reduzir a insônia. O THC em baixas doses provoca euforia, mas se ingerido em maior quantidade provoca sonolência ( esse efeito colateral é justamente o que pacientes que sofrem de insônia procuram para deixarem de tomar medicamentos pesados que afetam a saúde em diversos graus ao longo de anos de uso).

Condições com Potencial de Tratamento:

Embora ainda necessitem de mais estudos para comprovação científica, há evidências preliminares sugerindo que a cannabis pode ser benéfica no tratamento de condições como autismo (TEA), fibromialgia, Parkinson e Alzheimer. Pesquisas adicionais são necessárias para entender melhor os mecanismos de ação e a eficácia da cannabis nessas condições específicas.
Todavia, as Associações de Pacientes brasileiras já contam com um extenso número de pacientes que tratam as doenças acima mencionadas com extrema eficácia e resultados positivos.

Se você busca mais conhecimento para indicar o tratamento à base de cannabis para um membro da sua família, ou ainda quer entender melhor como funciona o sistema endocanabinóide – contate o grupo de voluntários do Instituto CuraPro Acolhe Vidas e descubra uma alternativa mais saudável e com muito menos efeitos colaterais dos tratamentos com fármacos tradicionais.

Referência, Disponível em:

-National Center for Biotechnology Information (NCBI): https://www.ncbi.nlm.nih.gov/datasets/taxonomy/3482/

-The Journal of Neuroscience: https://www.jneurosci.org/content/40/33/6264

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