Cultura Ancestral Indígena Brasileira

Instrumento de Auto identificação e Senso de Pertencimento Individual e Coletivo

Paraisópolis

Inicio: 29/03/2025

Ao longo de todo ano disponibilizaremos Palestras, Oficinas e Rodas de Conversa com objetivo de desenvolver técnicas milenares ancestrais no preparo de remédios fitoterápicos e na produção de alimentos naturais através da implementação de uma horta orgânica para atender famílias em situação de vulnerabilidade na comunidade do Paraisópolis /SP.

Também realizaremos palestras e rodas de conversas informativas sobre saúde e tratamentos para diversas doenças, cuidados básicos, produção de artesanato e remédios naturais.

Serão diversos encontros presenciais mensais que ocorrerão dentro da Comunidade do Paraisópolis criados exclusivamente para os moradores da comunidade e entorno

Entenda Melhor a Ação

Cultura Ancestral Indígena como Instrumento de Autoidentificação e senso de Pertencimento

Atender à Comunidade – Oferecer recursos para que pessoas se tornem autossuficientes, melhorem sua saúde e qualidade de vida, trabalhem e tenham inteligência emocional para construírem uma vida boa.

Nesse contexto a necessidade premente de proporcionar qualidade de vida e rodas de conversa, faz com que os participantes sintam-se parte de uma cultura brasileira rica em conteúdo, história e pertencimento.

Levando para esses territórios desprivilegiados e esquecidos, educação, treinamento técnico, conhecimentos sobre cidadania e empreendedorismo, saúde e reparação social para um público carente de oportunidades no mercado de trabalho formal e sem conhecimento técnico específico.

Objetivo

Trata-se de projeto denominado Cultura Ancestral Indígena Brasileira como Instrumento de Autoidentificação e Senso de Pertencimento Individual e Coletivo, que tem por objeto fomentar os valores da cultura ancestral indígena Brasileira como instrumento de autoidentificação e senso de pertencimento individual e coletivo visando a difusão de saberes e fazeres da cultura tradicional ancestral dos povos originários.

O projeto consiste na elaboração de oficinas de fortalecimento de vínculos com a cultura ancestral indígena através de seus costumes e história, trazendo elementos da cultura ancestral dos povos originários e que se espalharam na cultura popular brasileira através da culinária, do artesanato, produção de utensílios a partir de materiais de reciclagem influenciados pelas manifestações ancestrais da cultura indígena, oficinas de técnicas audiovisuais para elaboração de Mostra Cultural de saberes ancestrais indígenas da cultura Brasileira que será realizada no último mês de execução do projeto, criação de um plantar agrícola de acordo com a sabedoria ancestral indígena, identificação de plantas medicinais e produção de chás seguindo as técnicas agrícolas desenvolvidas pelos povos originários brasileiros, realização de mostra cultural áudio visual realizada ao término do projeto dentro da comunidade do Paraisópolis realizada pelos beneficiários deste projeto.

1. Atividade/produto 01: oficinas de artesanato e produção de utensílios a partir de materiais de reciclagem influenciadas pelas manifestações ancestrais da cultura indígena.

2. Atividade/produto 02: Oficina de técnicas audiovisuais para elaboração de mostra cultural de saberes ancestrais indígenas da cultura Brasileira que será realizada no último mês de execução do projeto.

3. Atividade produto 03: Criação de um plantar agrícola de acordo com a sabedoria central indígena utilizando técnicas de agricultura de subsistência Identificação de plantas medicinais e elaboração de chás terapêuticos segundo o conhecimento e técnicas Ancestrais dos povos originários.

4. Atividade produto 04: Mostra cultural audiovisual realizada ao fim do projeto na sede legado talks do Paraisópolis.

 

O Resultado esperado é desenvolver nas pessoas contempladas nesse projeto se sintam pertencentes à cultura Brasileira, conheçam a cultura indígena dos povos originários e percebam o quanto de influência da cultura indígena a nossa sociedade moderna carrega atualmente, sintam-se valorizadas através do conhecimento obtido e possam impactar positivamente suas vidas e seu dia a dia bem como promover o empreendedorismo cultural e o fomento da economia criativa a partir de saberes ancestrais da cultura indígena e povos originários.

 

Reparação social – levar oportunidade de capacitação técnica e ingresso no mercado formal de Cannabis brasileiro para pessoas desprivilegiadas com alta vulnerabilidade econômica e social.

Vamos Juntos Transformar Vidas através da Educação, Cultura e Qualidade de Vida

Disseminar e valorizar a riqueza cultural dos povos indígenas ancestrais, mostrando a forte influência da cultura dos povos originários esta enraizada no dia a dia da nossa população atualmente, na comunidade de Paraisópolis, situada na cidade de São Paulo.

Paraisópolis, como uma das maiores favelas da América Latina, é um verdadeiro microcosmo de diversidade étnica, cultural e social. Nesse contexto multifacetado, a iniciativa de promover a cultura indígena não apenas agrega valor ao mosaico cultural da comunidade,

mas também promove a inclusão, o respeito à diversidade e a valorização das raízes históricas do Brasil.

Antes da chegada dos colonizadores europeus ao território brasileiro, a região que abrange Paraisópolis era habitada por uma miríade de povos indígenas, cada um com suas próprias línguas, tradições, modos de vida e formas de organização social. Esses povos mantinham uma relação íntima e harmoniosa com a natureza, desenvolvendo formas de subsistência adaptadas aos diferentes ecossistemas em que habitavam.

No entanto, com a colonização e a subsequente exploração dos recursos naturais, muitas dessas culturas foram subjugadas e suas tradições foram suprimidas ao longo do tempo.

“Os povos indígenas desempenham um papel crucial na preservação ambiental no Brasil, devido à sua profunda conexão e conhecimento tradicional da fauna e flora. O Brasil abriga muitas comunidades indígenas, muitas das quais vivem em áreas de grande importância ecológica, como a floresta amazônica. Essas comunidades têm uma forte compreensão de seus ecossistemas circundantes, tendo desenvolvido relações complexas com plantas, animais e terra ao longo de milhares de anos. Como tal, eles possuem um conhecimento valioso sobre como gerenciar e proteger esses ambientes de forma sustentável, que tem sido transmitido por gerações.

Os territórios indígenas têm sido uma fronteira de resistência diante da ganância capitalista expressa em atividades como a mineração, extração de madeira, monocultura, pecuária entre outras práticas de exploração predatórias. O líder Yanomami Davi Kopenawa nos mostra como a cosmovisão de seu povo considera as árvores como colunas de sustentação do céu, logo, a destruição da floresta ocasionará a queda do céu e o fim da humanidade. É nessa perspectiva que os indígenas têm sido fundamentais para a preservação da natureza, tendo uma perspectiva singular sobre o meio ambiente, vendo-o como parte integrante de sua identidade cultural e meios de subsistência. Eles veem a natureza como um ser vivo, com o qual mantêm uma relação recíproca, e reconhecem a importância de protegê-la para as gerações futuras. Esse entendimento os levou a desenvolver práticas que priorizam a conservação e restauração do ambiente natural. Respeitando e trabalhando com a natureza, os povos indígenas têm mostrado que é possível preservar a biodiversidade, manter os

serviços ecossistêmicos e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No geral, suas contribuições são essenciais para o bem-estar contínuo dos ecossistemas brasileiros e para a luta global contra a degradação ambiental.” (Wesley Kettle – UFPA, Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST https://www.gov.br/mast/ptbr/assuntos/noticias/2023/abril/a-importancia-dos-povosindigenas-para-a-preservacao-danatureza)

“A melhor maneira de aprender a cultura indígena é pelo contato direto com povos indígenas ou por meio de estudos antropológicos desenvolvidos por indigenistas. Podemos destacar como fundamentais os trabalhos desenvolvidos por Darcy Ribeiro, antropólogo e indigenista brasileiro que atuou por quase 10 anos no Serviço de Proteção ao Índio, atual Fundação de Amparo ao Índio (Funai); e por Claude LéviStrauss, antropólogo belga que desenvolveu trabalhos de observação da cultura indígena brasileira por décadas e lecionou Antropologia na Universidade de São Paulo (USP).

Darcy Ribeiro ajudou a fundar o Museu do Índio, que é uma instituição sediada no Rio de Janeiro e com polos em Cuiabá (Centro Cultural Ikuiapá) e em Goiânia (Centro Audiovisual do Museu do Índio). O Museu do Índio contém o maior acervo de artefatos indígenas do Brasil.” (“GOUSSINSKY, E. Brasil é líder disparado no genocídio de índios na América Latina. Disponível em: https://noticias.r7.com/prisma/nosso-mundo/brasil-e-lider-disparado-nogenocidio-deindios-na-america-latina-24042018.),

“Historiadores apontam que, em 1500, existiam cerca de quatro milhões de indígenas habitando as terras brasileiras. Hoje, a Funai estima que um milhão de indígenas vive no país, espalhados em 250 etnias, que, em suas aldeias, ocupam cerca de 13% do território. Essa pequena parcela ocupada somente se mantém devido à demarcação de terras indígenas. Apesar do genocídio praticado contra os índios desde 1500 (em especial no período das bandeiras, durante a Ditadura Militar e em conflitos de terras atuais em estados, como Mato Grosso, Amazonas e Pará) e da desvalorização dos povos indígenas, o nosso país herdou

inúmeros elementos da cultura indígena. O Brasil é um país extremamente miscigenado e pluricultural. Além da influência de povos africanos, orientais e europeus, os povos indígenas deixaram elementos importantes para a nossa cultura, sobretudo em relação aos hábitos alimentares. A culinária nortista, por exemplo, é rica em elementos da cultura indígena, como a maniçoba e a utilização do tucupi em pratos típicos. Frutos como o caju e a acerola eram consumidos pelos indígenas, e os seus respectivos nomes tiveram origem nas línguas tupi. O açaí, o guaraná e a tapioca, que consumimos amplamente nos dias de hoje e são, inclusive, explorados pela indústria alimentícia, são oriundos dos hábitos alimentares indígenas.” ,(MOTOOKA, D. et al. História – Ensino médio. Coleção Ser Protagonista, vol. único, parte II. São Paulo: SM, 2014.”)

Diante desse contexto histórico, torna-se imperativo promover o resgate e a valorização da cultura indígena ancestral como forma de reconhecer e honrar as contribuições fundamentais dos povos originários para a formação da identidade nacional brasileira. O projeto busca resgatar os conhecimentos, as tradições, as práticas culturais e as línguas dos povos indígenas, proporcionando à comunidade de Paraisópolis a oportunidade única de conhecer e se conectar com essa riqueza cultural há tanto tempo marginalizada. Além de seu valor intrínseco, a promoção da cultura indígena contribui significativamente para a promoção da inclusão e do respeito à diversidade na comunidade de Paraisópolis além de ser protegida pela lei LEI Nº 13.123, DE 20 DE MAIO DE 2015.

Ao reconhecer e valorizar as culturas e tradições dos povos indígenas, o projeto fortalece os laços de solidariedade e cooperação entre os diferentes grupos étnicos e culturais presentes na comunidade, promovendo o diálogo intercultural e combatendo a discriminação e o preconceito. Ademais, a iniciativa busca fortalecer a identidade cultural dos moradores de Paraisópolis, proporcionando-lhes a oportunidade de se reconhecerem como parte de uma herança cultural diversificada e rica. Ao se reconectarem com as tradições e práticas culturais dos povos indígenas, os moradores de Paraisópolis podem desenvolver um maior senso de

pertencimento e orgulho de sua identidade cultural, contribuindo para o fortalecimento da coesão social e comunitária. O projeto não se restringe apenas à promoção da cultura indígena, mas inclui também atividades educativas e de conscientização ambiental. Inspiradas na cosmovisão indígena, que valoriza e respeita a natureza como uma entidade sagrada e espiritual, essas atividades buscam sensibilizar a comunidade de Paraisópolis para a importância da preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Dessa forma, o projeto visa incentivar práticas sustentáveis e a conservação dos ecossistemas locais, contribuindo para a construção de uma comunidade mais consciente e responsável em relação ao meio ambiente. Para alcançar seus objetivos, o projeto estabelecerá parcerias estratégicas com lideranças comunitárias e representantes de povos indígenas. Essas parcerias serão fundamentais para o desenvolvimento e a implementação das atividades propostas, bem como para garantir o envolvimento ativo e participativo da comunidade de Paraisópolis em todas as etapas do projeto.

Serão realizadas uma série de atividades interativas, tais como oficinas, palestras, exposições culturais e outras iniciativas de engajamento comunitário. Essas atividades proporcionarão à comunidade a oportunidade de aprender, compartilhar e celebrar a cultura indígena de maneira participativa e inclusiva visando à disseminação e à perpetuação do conhecimento sobre a cultura indígena entre as gerações presentes e futuras. Ao promover a cultura indígena em Paraisópolis, o projeto não apenas resgata e valoriza a herança cultural dos povos originários, mas também promove a inclusão, o respeito à diversidade e a conscientização ambiental na comunidade. Ao reconhecer e celebrar a diversidade cultural como uma fonte de riqueza e inspiração, o projeto contribui para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável para todos.

Formulário de Inscrição