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Cannabis

A relação entre a cannabis e a saúde mental tem sido um tópico de debate e estudo ao longo das décadas. Para muitos, a cannabis oferece alívio para questões de saúde mental, enquanto para outros, pode desencadear efeitos negativos. Neste artigo, exploraremos a complexa interação entre a cannabis e a saúde mental, analisando seus efeitos positivos e negativos, além de fornecer estratégias para um consumo responsável.

Os Efeitos Positivos da Cannabis na Saúde Mental

Ansiedade e Estresse

Para algumas pessoas, o consumo moderado de cannabis, especialmente aquelas com alto teor de CBD, pode ajudar a aliviar a ansiedade e o estresse. O CBD interage com os receptores do sistema endocanabinóide, ajudando a regular as respostas do corpo ao estresse. O THC pode ter um papel híbrido no controle da ansiedade e estresse, isto porque tem um poder de potencializar – para mais ou para menos – os sintomas que se demonstram nas crises de ansiedade e estresse. De acordo com a literatura médica o limite da psicoatividade no corpo humano gira em torno de 20mg de THC, ou seja, o paciente que utilizar abaixo de 20mg provavelmente não irá perceber os efeitos psicoativos do THC e aqueles que consumirem mais de 20mg de TCH provavelmente sentirão os efeitos da psicoatividade aumentarem a medida que aumentam a quantidade de THC no corpo.
O poder potencializador do THC se apresenta, portanto, de acordo com a quantidade ingerida e pacientes relatam que a ingerirem poucas quantidades de THC (acima do limite de 20mg) percebem um estamos mais eufórico, alerta, de maior agitação e agilidade durante os efeitos da cannabis no corpo, já aqueles que consomem altas doses de THC (acima de 80 ou 100mg) relatam que ficaram sonolentos e literalmente “apagam” na cama (lembrando aqui que altas doses de cannabis podem produzir efeitos colaterais como boca e olhos secos, taquicardia e queda de pressão)
Tendo estas referencias – os médicos – utilizam o THC como uma versátil ferramenta terapêutica e controlam a ansiedade e depressão encontrando doses “ideiais” para cada paciente. Nestes casos o medico ajusta a dose do remédio para que o paciente encontre o equilíbrio emocional da ansiedade e estresse no dia a dia do paciente.

Depressão

cachorro fica chapado

Cotidianamente os sintomas da depressão podem ser confundidos com sintomas similares aos da ansiedade e estresse. Corpo cansado, indisposição para realizar tarefas e falta de animo acompanham esse “pacote”.
Embora os efeitos da cannabis na depressão sejam complexos e variáveis de pessoa para pessoa, milhares de pacientes relatam melhora do ânimo e da motivação após o uso. No entanto, a automedicação da depressão com cannabis não é recomendada sem orientação médica.
Lembremos que essa doença é altamente incapacitante e tomar remédios e medicamentos por conta própria podem agravar o problema do paciente.
A cannabis vai atuar diretamente no controle de produção e liberação das endorfinas, citocinas, serotoninas e demais substancias que estão ligadas diretamente ao humor e disposição dos pacientes, mas este equilíbrio necessariamente passa por um tratamento médico sério e comprometido.

Transtornos de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Estudos têm sugerido que a cannabis, principalmente com uma proporção equilibrada de CBD e THC, pode ajudar a reduzir os sintomas do TEPT, como flashbacks e pesadelos.
A cannabis pode ajudar os pacientes de TEPT a reorganizar melhor as ideias e transformar seus pensamentos ao longo do tratamento. Essa transformação interna que o uso da cannabis possibilita aos pacientes acontece pois além da liberação de serotoninas e desempenhar o papel de equalizador do sistema nervoso humano a cannabis permite ao paciente que reflita internamente sobre os problemas e construam novos pensamentos que permitam as transformações necessárias para uma vida com mais alegria, disposição e proposito.

Os Desafios e Efeitos Negativos

Agravamento da Ansiedade: Para algumas pessoas, especialmente aquelas predispostas à ansiedade, o uso de cannabis com alto teor de THC pode agravar os sintomas de ansiedade e paranoia. Isto porque, conforme descrevemos acima, a quantidade de THC ingerida precisa ser bem ajustada para cada tipo de corpo/ cada tipo de pessoa.
Cada pessoa tem um metabolismo próprio que precisa ser respeitado e a melhor maneira de fazer um tratamento eficaz é faze-lo junto com um médico especialista no sistema endocanabinoide.

Psicose

Apesar de alguns veículos de comunicação utilizarem a frase: “O uso excessivo de cannabis, especialmente em jovens, está associado a um risco aumentado de desenvolver psicose, incluindo esquizofrenia”, NÃO existem estudos que associam a utilização de cannabis ao aumento de psicose.
Um estudo realizado nos EUA sobre o aumento do consumo de cannabis fumada relacionado com a evolução dos casos de psicose registrados nos EUA ao longo de décadas de informações demonstrou que ao longo de 40 anos houve um aumento significativo do uso de maconha nos EUA e nesse mesmo período os casos de psicose e esquizofrenia se mantiveram estáveis ao longo das décadas. Isto permitiu a inferência de que NÃO há relação direta entre o consumo de maconha e psicose ou esquizofrenia. Pois claramente se houve aumento no consumo de cannabis e ela aumentasse a incidência deste transtorno, claramente haveriam mais casos de psicose e esquizofrenia e isso não ocorreu….. quem quiser saber mais sobre este estudo pode assistir o documentário da Netflix – “Baseado em fatos raciais”…
A relação é complexa e ainda não totalmente compreendida, contudo pessoas que tem maior propensão para surtos psicóticos DEVEM atentamente e disciplinadamente manter seu tratamento com um medico especialista para que o acompanhamento do tratamento seja feito de forma séria e eficiente.

Dependência

A dependência da cannabis é uma preocupação real. Pessoas que consomem regularmente podem desenvolver tolerância e enfrentar sintomas de abstinência quando tentam parar.
Contudo, Tolerância e Dependência não são sinônimos e dependência química de pacientes em relação à cannabis não tem frequentes registros e relatos.

Estratégias para um Consumo Responsável

 

Conheça seus Limites: Conhecer sua tolerância pessoal é essencial. Comece com doses baixas e vá devagar, especialmente se for um paciente em início de tratamento.

Escolha a Cepa Certa: Diferentes cepas de cannabis têm diferentes perfis de canabinóides. Se você está buscando alívio da ansiedade, por exemplo, pode ser melhor optar por uma cepa com uma proporção mais alta de CBD para THC.

cannabis estresse pos traumatico

Evite o Uso Excessivo: O consumo excessivo de cannabis pode levar a efeitos adversos, incluindo ansiedade intensificada e problemas de memória. Estabeleça limites pessoais e siga-os.

 

Consulte um Profissional de Saúde: Se você está considerando a cannabis como parte de seu tratamento para questões de saúde mental, é fundamental consultar um médico ou terapeuta.

 Eles podem ajudar a determinar se a cannabis é uma opção adequada e monitorar seu progresso.

Esteja Ciente da Legalidade: Verifique as leis locais em relação à cannabis. O consumo recreativo e medicinal da cannabis varia amplamente em todo o mundo, e é importante conhecer e seguir as leis locais.

Um Equilíbrio Delicado

A relação entre cannabis e saúde mental é complexa, e seus efeitos variam amplamente de pessoa para pessoa. Enquanto para alguns a cannabis oferece alívio e melhora na saúde mental, para outros pode desencadear problemas. A chave está em um consumo responsável, consultando profissionais de saúde quando necessário e sendo consciente de seus próprios limites. A pesquisa sobre esse tema continua a evoluir, e, à medida que aprendemos mais, podemos melhorar a compreensão e o uso da cannabis para promover a saúde mental.

Referência:

https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/07/cannabis-medicinal-realidade-a-espera-de-regulamentacao

 

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